quinta-feira, 19 de julho de 2012

Navegar em Águas calmas...




Um dos momentos mais importantes de minha vida, foi quando de fato percebi que meu sintoma: a Hiperidrose. É um reflexo do meu mundo interno...É a válvula de escape, para todos os meus exageros subjetivos...Indubitavelmente é algo físico! Contudo, um físico que discursa incansavelmente com a mente... Soma e Psique....Um elo indissociável, onde o UM é mais do que apropriado... Se há um limite entre as duas, é tão tênue, que muitos afirmariam nem existir!!!... Para mim, é inusitado pensar desta forma, mas como as peças do quebra cabeça que se juntam uma a uma formando uma imagem... Assim é minha vida, onde cada pecinha se encaixa na outra, para que eu consiga ver, senão tudo, pelo menos o que consigo significar agora!!! Com certeza esta percepção é algo muito pessoal, mas é tão real, que sinto poder dividir como algo comum... É o sangue que corre em minhas veias, o ar que inunda meus pulmões, as gotas que escorrem pelos vãos de meus dedos, é meu ser e o meu não ser... Descobrir que a Hiperidrose é um reflexo deste meu "mundo interno", teve seus impactos, diria inclusive que ainda está causando impactos tanto positivos quanto negativos, mas de modo geral isso é algo bom....Está me fazendo refletir mais, me perceber mais...Perceber o EU que projeto em meu sintoma, O EU que quero desesperadamente me livrar, o EU com alma de poeta exagerado em todos os seus sentimentos, o EU que tento esconder atrás deste sintoma...O EU que é real, mas que não vive sem o intermédio da Hiperidrose.... Sem perceber, eu me fechei em uma redoma, um prisma com chão e teto de vidro... Com paredes límpidas e transparentes, tão cortantes quanto o fio de uma navalha... Ainda não sei como sair! Algumas respostas, tenho em minha mente, só vem com o amadurecimento, e o amadurecimento está muito além dos números que se ganha, quando assopra-se uma vela de aniversário... Não é algo previsível... é aquela nota de dez reais, que encontramos no bolso de uma calça, que não se usa faz um bom tempo!!! Devaneios filosóficos, e figuras de linguagem à todo vapor... Eu acredito que este meu sintoma vem do meu contato diferente com o mundo... Nunca fui de navegar em águas calmas, mesmo quando o tempo não estava para chuva, sempre tive o dom de criar meu Maremoto particular... Algo como estas emoções que nascem muito antes da experiência... Os sentimentos que brotam tão intensamente das cores comuns da vida.... Essa sensibilidade que transcende à qualquer sensorialidade orgânica.... Enfim, um equilíbrio absurdo que até então eu só encontrei nesse desequilíbrio... Algo um tanto quanto redundante... Mas que para mim, neste momento, é apenas relativo.... É o que eu vejo... É a minha busca... EU aprendendo a conviver comigo mesmo.... Nossa... "À toda dádiva a sua dívida!".

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